domingo, outubro 28, 2007

Når Sjelen Hentes Til Helvete*

Isto de comprar casa faz com que as pessoas cometam actos que podem, e acima de tudo devem, ser considerados loucos. Como, por exemplo, ir ao IKEA. Ir ao IKEA é algo que me apraz muito, que me traz um aconchego especial à alma. Ir ao IKEA, e fazer comparações deste calibre é me particularmente difícil, é basicamente como entalar um dedo numa porta. E esta se feche. E se ouça cartilagem e osso a partir.
Deixando as imagens poéticas para trás, há coisas interessantes no IKEA. Uma delas é o nome dos móveis e peças que eles vendem, fazem-me sempre lembrar bandas de black metal nórdico. Assim, além da mesa Dimmu Borgir ficar lindamente no centro da sala, pode-se fazer rituais satânicos com todo o rigor no conforto do lar.
Quando ando no IKEA o que faço é seguir a minha esposa e não tocar em nada, aquilo é demasiado labiríntico para mim. Qual não foi então o meu espanto quando uma inocente senhora teve a audácia de me perguntar onde era a saída. Eu, logo eu, que nem fazia ideia de onde estava. Como bom cidadão que sou, apontei para onde estava virado. A senhora a esta hora ainda lá deve estar, sozinha num canto, a chorar.
Outra bonita viagem deste fim-de-semana foi a um posto clínico, onde encontrei isto:


Os Simplus, esse mito vivo da sacro-pop, editam Quero-Te Mais, sendo que o Te se refere a Nosso Senhor, o Cristo. As cenas que se inventam hoje em dia, sacro-pop. Reparem no pormenor de esta à venda na paróquia. Será que tem mais bandas lá? Será que existe Sacro Hip-Hop? Haverá por aí um Sam The Apostle? Sinto alguma curiosidade mórbida em dar lá um salto. Mais tarde, curiosamente, tive oportunidade de ouvir e, confesso, não é pior que Mafalda Veiga. Tudo bem que me podem acusar de estar a apontar para algo ao nível de um milagre, ser pior que a Mafalda Veiga, mas, enquanto houver vida haverá esperança. Eu sei que existe um jovem chamado Luís Represas, mas eu apenas lhe consigo dar um lugar ex-aequo com a Mafaldinha.
À primeira vista apetecia-me castigar duramente quem se lembrou de juntar a Mafalda Veiga e o João Pedro Pais. Mas talvez tenha sido uma das melhores ideias de sempre. Reparem: estando os dois juntos, em vez de duas músicas más (uma de cada um) apenas ouvimos uma, ou seja, esta belíssima ideia cortou para metade o número de musicas a que os portugueses tinham de estar sujeitos. Brilhante.

* - Bonita balada, cortesia dos noruegueses Dimmu Borgir, da re-edição do álbum Stormblast. Aconselho vivamente todos a ouvirem.

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