quarta-feira, outubro 24, 2007

Fundamentação do Travestimo dos Costumes

Mais uma vez os portugueses conseguem ir onde mais ninguém ousa ir em termos de pensamento hipotético. Qual José Gil qual quê. Este jovem é, seguramente, e se eu o digo torna-se automaticamente num dogma inquestionável, num dos mais ávidos pensadores do século vinte e um. As questões que ele levanta tocam nos mais fundos sentimentos de qualquer ser que tenha a coragem de se chamar humano.
Tudo começa com uma situação perfeitamente normal e quotidiana: sentir desejo por um primo. Do mesmo sexo. Banalidades, portanto. Com certeza já perderam a conta de quantas vezes isso vos aconteceu.
Depois temos algo que, embora fugindo um pouco a aquilo que, do fundo da nossa candura, consideramos normal, tem sido cada vez mais usual nos dias de hoje: a troca de sexo. Reparem, para este jovem primo, não basta ser um enganador travesti. Provavelmente até terá aversão a drag-queens. Resta então, como única e inadiável solução, a troca de sexo. Talvez os pais devessem estar mais atentos e ter ligado mais aos posters da Roberta Close no seu quarto. Digo eu.
Em seguida temos a questão fulcral: mudando o primo de sexo, deixará ele de ser homossexual? A própria questão é, na sua génese, de índole e cariz metafísico. E, reparem, ele termina com um “pois não?”, denotando já uma certeza na resposta que dali advirá. Claro que não és homossexual, jovem. Aliás, se o Sporting jogar de vermelho e eu apoiá-los, eu continuo a ser Benfiquista.
Porque namorar com o primo é mau e homossexual, mas se for a prima já está tudo bem, ninguém vai ligar ou olhar duas vezes. Bom, a não ser quando passearem com o filho com três braços e uma cauda na rua. Mas as pessoas vai-se a ver e habituam-se. É não ligar, é não ligar.

2 comentários:

Jorge disse...

Parti-me a rir!

Sr. Bastonário disse...

Desde que não sejas de porcelana é bom sinal.