Mais uma vez os portugueses conseguem ir onde mais ninguém ousa ir em termos de pensamento hipotético. Qual José Gil qual quê. Este jovem é, seguramente, e se eu o digo torna-se automaticamente num dogma inquestionável, num dos mais ávidos pensadores do século vinte e um. As questões que ele levanta tocam nos mais fundos sentimentos de qualquer ser que tenha a coragem de se chamar humano.
Tudo começa com uma situação perfeitamente normal e quotidiana: sentir desejo por um primo. Do mesmo sexo. Banalidades, portanto. Com certeza já perderam a conta de quantas vezes isso vos aconteceu.
Depois temos algo que, embora fugindo um pouco a aquilo que, do fundo da nossa candura, consideramos normal, tem sido cada vez mais usual nos dias de hoje: a troca de sexo. Reparem, para este jovem primo, não basta ser um enganador travesti. Provavelmente até terá aversão a drag-queens. Resta então, como única e inadiável solução, a troca de sexo. Talvez os pais devessem estar mais atentos e ter ligado mais aos posters da Roberta Close no seu quarto. Digo eu.
Em seguida temos a questão fulcral: mudando o primo de sexo, deixará ele de ser homossexual? A própria questão é, na sua génese, de índole e cariz metafísico. E, reparem, ele termina com um “pois não?”, denotando já uma certeza na resposta que dali advirá. Claro que não és homossexual, jovem. Aliás, se o Sporting jogar de vermelho e eu apoiá-los, eu continuo a ser Benfiquista.
Porque namorar com o primo é mau e homossexual, mas se for a prima já está tudo bem, ninguém vai ligar ou olhar duas vezes. Bom, a não ser quando passearem com o filho com três braços e uma cauda na rua. Mas as pessoas vai-se a ver e habituam-se. É não ligar, é não ligar.
Tudo começa com uma situação perfeitamente normal e quotidiana: sentir desejo por um primo. Do mesmo sexo. Banalidades, portanto. Com certeza já perderam a conta de quantas vezes isso vos aconteceu.
Depois temos algo que, embora fugindo um pouco a aquilo que, do fundo da nossa candura, consideramos normal, tem sido cada vez mais usual nos dias de hoje: a troca de sexo. Reparem, para este jovem primo, não basta ser um enganador travesti. Provavelmente até terá aversão a drag-queens. Resta então, como única e inadiável solução, a troca de sexo. Talvez os pais devessem estar mais atentos e ter ligado mais aos posters da Roberta Close no seu quarto. Digo eu.
Em seguida temos a questão fulcral: mudando o primo de sexo, deixará ele de ser homossexual? A própria questão é, na sua génese, de índole e cariz metafísico. E, reparem, ele termina com um “pois não?”, denotando já uma certeza na resposta que dali advirá. Claro que não és homossexual, jovem. Aliás, se o Sporting jogar de vermelho e eu apoiá-los, eu continuo a ser Benfiquista.
Porque namorar com o primo é mau e homossexual, mas se for a prima já está tudo bem, ninguém vai ligar ou olhar duas vezes. Bom, a não ser quando passearem com o filho com três braços e uma cauda na rua. Mas as pessoas vai-se a ver e habituam-se. É não ligar, é não ligar.
2 comentários:
Parti-me a rir!
Desde que não sejas de porcelana é bom sinal.
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