sexta-feira, novembro 02, 2007

Programa Risco Zero

Liga um gajo o receptor de televisão para se poder inteirar mais uma vez das declarações incompreensíveis do José António Camacho quando é confrontado com a notícia de que o MAI está esta estudar uma proposta para a colocação de uns sinais nos carros consoante a qualidade do condutor. Não há respeito. Queria ouvir a minha dose diária de salir a ganar, adelante, arriba, e outras pérolas que tais e tenho que me contentar com noticias sobre autocolantes. Ora, tendo em conta a realidade portuguesa, julgo que os autocolantes deveriam sofrer algumas alterações, as quais, nomeada e mormente, dariam mais sentido aos referidos sinais.


Cá está. Assim sim, meus amigos. Assim faz todo o sentido, assim já vou ver mais portugueses orgulhosos dos seus dísticos. “Estás a ver querida? Dístico vermelho. Esta mossa? Segunda Circular, 2006, choque em cadeia. Estava a ver o Estádio da Luz e a benzer-me. O pára-choques? Ficou na Avenida da Indía. Estava a ver o Tejo. Ah, os faróis da frente? Campo Grande, 2007. Estava a ver um anúncio a soutiens, quero dizer, estava a ler o Diário da República”.
A contabilização dos acidentes também deveria sofrer algumas alterações. Deveriam trocar os anos por meses, porque isso dos dois acidentes nos últimos três anos é muito fraquinho. Dois acidentes nos últimos três meses é algo que se coaduna mais com as estradas portuguesas.
Há também a questão clubistica da coisa, como não podia deixar de ser. Nunca usaria um dístico verde no meu carro, nem que tivesse que andar a provocar acidentes que nem uma mulher, quero dizer, perdão, que nem um maníaco. Como diz a minha filha de quatro anos (bendita sabedoria infantil) “o Sporting é da cor do lixo”. Que orgulho, é para momentos destes que um gajo tem filhos pá.
Bom, lá teria então de me contentar com o vermelho, mas antes passar por mau condutor do que por mau benfiquista.
A minha questão é a segiuinte? Vamos imaginar que um casal partilha o mesmo carro e há, imagine-se, uma enorme disparidade entre a qualidade da condução de cada um. Deve um dos elementos do casal sujeitar-se à falta de qualdidade do outro? Obviamente que não. Portanto a solução obvia é colar o distico na testa, exactamente, na testa dos condutores.

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