sexta-feira, dezembro 15, 2006

O Natal

O Natal é cada vez mais uma época assim a atirar para o mauzinho. Desde as decorações que são colocadas nas ruas um bocadinho antes, assim lá para Setembro, não vão os consumidores esquecer-se que está na hora de gastar, até aos intermináveis anúncios de brinquedos na televisão, o Natal já não é o que era. E, para ajudar, até o mítico Natal dos Hospitais está a ser copiado. Tudo bem que nada dura dez horas como o Natal dos Hospitais. É vê-los a substituir os que vão ficando pelo caminho, não resistindo a mais uma piada muito fraquinha da Merche e companhia. Consta que alguém gritou "MERCHE SEM O RONALDO NÃO ÉS NADA!". Não se ouviu nada porque o senhor Antunes esqueceu-se de tirar a máscara de oxigénio. Eu penso que não é coincidencia o facto de o debate sobre a Eutanásia vir sempre ao de cima nesta altura do ano. É só doentes a pedir para acabarem com o sofrimento.
- Oh senhor Carvalho, mas o senhor quer que pratiquemos eutanásia? Mas o senhor apenas partiu um dedo!
- Não! A Merche não! Desliguem a máquina!
- Senhor Carvalho, não há nenhuma máquina... Pare de se tentar enforcar com a ligadura...
E agora além do Natal dos Hospitais temos também o Natal das Prisões. Também aqui temos reflexos do Natal na sociedade: O crime baixa. Ninguém quer ir dentro para aturar aquilo. Alguns presos, quando convidados para assistir à cerimónia, dizem que preferem ficar no banho correndo o risco de serem sodomizados pelo Dindi do que ir ver a Fátima Lopes. E imaginem o desespero dos presos, terem que aturar aquilo porque cometeram uma ou duas falcatruas. Nada justifica aquilo. Nada. A minha solidariedade para com os presos. Não sei se a organização dá prendas aos reclusos, mas tinha piada ver a Fátima Lopes a lançar seringas e cigarros e a gritar "Bom Natal a todos!".
Depois temos o Natal das Escolas. É mau? É sim senhor. Podia ser pior? Podia. Se envolvesse os Morangos Com Açucar.
A minha questão é a seguinte: porque não um Natal da Repartição de Finanças? Ou um Natal do Centro de Emprego? Dava para fazer umas actividades janotas, como por exemplo um jogo em que toda a família poderia entrar: quem conseguisse fazer o senhor funcionário das finanças esboçar um sorriso levava para casa uma isenção de um ano no IRS. Ou então no Centro de Emprego podiam oferecer empregos! Eu sei que parece rídiculo, o Centro de Emprego a arranjar emprego a quem precisa, mas era uma actividade bonita. Feita a titulo de excepção, mas ainda assim bonita.

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