terça-feira, dezembro 12, 2006

Maria Arrependida

Tal como o prezado Sr. Jurista, também eu tenho de vir dar a minha opinião relativamente ao caso “Carolina”. Como sabem, vivemos num estado de Direito. E eu não perco a mínima oportunidade para o dizer, mesmo que não tenha a ver com nada. Fica bem para as câmaras, dá um ar intelectual. Ora bem, então eu devo dizer que fiquei deveras espantado e chocado quando soube que a D. Quixote, essa instituição editorial em Portugal, casa de autores como Gabriel Garcia Marquez, António Lobo Antunes, Milan Kundera, entre outros, de vários vencedores do Nobel da Literatura, editou o livro de Carolina Salgado, poeticamente intitulado “Eu, Carolina”. Devo dizer que quase verti uma lágrima, tal o atentado à literatura. Mas depois alguém fez o favor de me chamar à atenção que a D. Quixote tinha editado o livro de Manuel Maria Carrilho e aí eu disse: Ah bom, então isso quer dizer que estão a subir os padrões de qualidade das edições, bom para eles. Força D. Quixote, para a próxima tens a Elsa Raposo.
Acho mal que a senhora dona Carolina vá contar os pormenores da sua vida intima com Pinto da Costa. Há maneiras mais simpáticas e divertidas de dar a volta ao estômago de uma pessoa. A única coisa que achei interessante no livro foi a foto de Pinto da Costa agarrado a um hipopótamo. Há qualquer coisa em ver uma possível mente criminosa e controladora do sub mundo do futebol e arbitragem em Portugal, supostamente responsável pelo fornecimento de meninas a árbitros e espancamentos diversos, abraçado a um hipopótamo. Consta que o animal gostou. O hipopótamo é que nem por isso.
Os adeptos do Porto estão furiosos e do lado do seu presidente, os dos restantes clubes estão todos contentes. Era ver o Barbas a comprar livros como se não houvesse amanhã. Dizem também que além dos autógrafos, alguns jovens pediram lap dances, mas a organização disse que a mesa não servia para o efeito. Foi uma pena.
Muita gente fala em possíveis represálias a Carolina. Não creio. A falta de travões ali para os lados do Norte é uma coisa natural, acontece a qualquer um. E carros que explodem? É contá-los às dezenas. Nada fora do comum.
O mais provável é isto tudo não dar em nada. Ou então encontramo-nos daqui a quatro ou cinco anos para perguntar como andam as coisas. Vejam o caso Casa Pia. “Qual caso Casa Pia?” perguntam vocês. Exactamente.

1 comentário:

Pedro Duarte disse...

hehehe ! a do "Consta que o animal gostou. O hipopótamo é que nem por isso" está demais!

Mas falando a sério, o que acho demais, é a demasiada importância q se tem dado a isto... mas quando se tenta levar o livro a sério.

Se é para gozar, até gramo! Aliás, outra coisa não poderia ser...

Investigações de "importantes" ?
Isso é para a raia miúda.

Camarate? Entre-os-Rios? Casa Pia? Apito Dourado? Pedro Caldeira? Sim, sim ...

Penso eu de que.