quarta-feira, outubro 01, 2008

It's a Kind Of Magic


Não compreendo toda esta excitação à volta do David Blaine. O último truque do ilusionista norte-americano, denominado “Dive of Death” (em português “cena do caraças”), consistia em este ficar pendurado de cabeça para baixo, no Central Park, durante 60 horas. Fascinado por esta acção que desafia a lógica, fui investigar as façanhas anteriores dele, e descobri um padrão. No desafio “Drowned Alive” (em português “Bantu não sabe nadar, yo”), Blaine foi submerso numa esfera de 2.4 metros cheia de água durante sete dias e sete noites. No anterior, “Above The Below” (“Pouca guita que o papagaio vai alto”, numa tradução à letra), o ilusionista (?) ficou dentro de uma caixa suspensa 9 metros acima do Tamisa, durante 44 dias. Uma das suas acções mais famosas foi o “Frozen In Time” (“Leva o cachecol que te constipas”), onde ficou encarcerado no meio de um cubo gigante de gelo, em Times Square, durante 63 horas e 42 minutos. E as pessoas aplaudem-no e acham no genial. O gajo fica horas e dias a fio a fazer basicamente NADA e as pessoas adoram-no. "Ah o que é que tu fizeste hoje, David Blaine?", "Nada.", "Epá tu és mágico, fonix."
É só de mim ou estas pessoas não conhecem os portugueses? Qualquer português que se preze era capaz de ficar 44 dias dentro de um cubo de plástico. Aliás, acredito que muitos políticos portugueses fiquem seriamente ofendidos pois estão há anos sem fazer absolutamente nada e ninguém repara neles. Sete dias debaixo de água? O gajo que venha para o Dafundo no Inverno que logo vemos quanto tempo aguenta ele submerso. Condições adversas tem o povo português e sobrevive como ninguém.
Qualquer dia ainda apresentam “o Português” ao público americano e é o delírio. “Este é o Dr. Alberto João Jardim, ele está no poder na Madeira desde que o Zarco a descobriu, no século XV”, “Este é o Pinto da Costa, presidente de um clube de bairro com fama de batoteiro desde 1900 e troca o passo, é um grande ilusionista”, “Este é o Valentim Loureiro, consegue exercer para cima de muitos cargos ao mesmo tempo, é praticamente omnipresente”. Iria ser um sucesso.

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