quarta-feira, setembro 17, 2008

Spiritual Black Dimensions

Numa destas tardes que passou estava eu descansado a dar uma vista de olhos por umas revistas, quando me salta à vista a edição de Setembro da revista Loud!, com a misteriosa frase “reportagem da cena da beira interior” estampada na capa. Ena, pensei eu, o que é isto? Existe uma “cena” na beira interior? Pensei que nada existia na beira interior a não ser xisto e o Benfica de Castelo Branco.
Sem preconceitos decidi abrir a revista e ver do que se tratava a “cena da beira interior”. Qual não foi o meu espanto quando constato que existe um movimento black metal bem nas profundezas de Portugal. O que até faz sentido.
Sejamos claros: eu gosto de black metal. Dimmu Borgir, Cradle of Filth, Dark Tranquility, Enthroned, entre outros. Para quem não conhece black metal, imaginem que davam um microfone, duas guitarras, um baixo, uma bateria e um teclado a um grupo de epilépticos. Depois ligavam os instrumentos e induziam-lhes um ataque daqueles assim a atirar para o grave. O que, diga-se de passagem, é uma evolução: antigamente esse tipo de sonoridade era algo equivalente a colocarem um animal raivoso fechado num contentor. Gosto de ouvir black metal enquanto limpo a casa: isto é verídico. Dou por mim a limpar o pó enquanto vou ouvindo um senhor a gritar desalmadamente sobre campas, espíritos demoníacos, banhos de sangue, enfim, todos aqueles clichés românticos. Uma pessoa quando ouve black metal fica na dúvida: é black metal ou é um gajo com gastroentrite? Para muitos, a dúvida subsiste.
Voltando à “cena da beira interior”, claramente os nome das bandas são influenciadas pela tradição do folclore e dos ranchos: Alcoholocaust (numa clara referência às raízes vínicolas da região), Ifernüs, Dead Meat, Necrose e, estes eu calculo que tenham uma forte vertente romântico-amorosa, Raw Decimating Brutality (aconselho-vos vivamente a ouvir a opus "Calhau no Quintal", o Glen Benton, dos Deicide, ficaria orgulhoso)
Os nomes dos senhores que compõem as bandas também são típicos nomes das gentes da beira interior: Impius, Mortiferus, Arcanus, Blasphemator, Possessus, Necrus, entre outros. O pior de tudo é que no meio destes nomes perfeitamente normais surge a banda Beyond Rupture, de Santa Comba Dão (a terra do...), que, sendo composta por apenas um elemento, consegue que este tenha o nome mais assustador e demoníaco de todos: Marco. Sim, para os que conseguiram ler e escapar ao terror, ele chama-se mesmo Marco. Não estou a inventar para vos assustar. E o homem toca todos os instrumentos, desde a guitarra ao adufe, passando pelos inevitáveis e intricados ferrinhos.
O estilo praticado também varia do “speed degredo metal” ao “death metal brutal”. Gosto particularmente de terem acrescentado o epíteto de “brutal” ao death metal. Sim, porque o death metal normal é para meninas.
Vistem o myspace deles, fiquem fãs. Eu fiquei. \m/

2 comentários:

Anónimo disse...

NOTA-SE QUE ÉS UM EXPERT NA CENA!!! PARABENS PELO TEU BURROLASTICO BLOGUE DE UM POBRE IGNORANTE!

Anónimo disse...

:facepalm: