Faz quinze anos que andei no sétimo ano. Este “quinze” por extenso não é inoncente:15 anos é um número assustador. Parece que foi ontem.
Não sei porque é que dei por mim a pensar no meu sétimo ano, o pior (em termos de resultados) da minha vida escolar, mas dos mais ricos em vivências extracurriculares. Por exemplo, só no sétimo ano é que é possível ter três gajos com a alcunha de “Rato” na turma. Curiosamente, na parte feminina eram mais porcas. Não de alcunha, que as raparigas eram tratadas pelo nome, mas eram badalhocas mesmo. Daquelas que iam para a cave da escola mostrar os seios e cenas assim. E havia muito seio para mostrar, já no sétimo ano. Claro que a qualidade não é uma questão premente para um jovem dessa idade. Quando se dizia: “A Maria Francisca (nome fictício) mostrou-me as mamas!”, a resposta não era “E eram boas?”. Não. Isso da qualidade era pouco relevante. Eram seios? Se a resposta fosse positiva então éramos heróis por uns breves instantes. Claro que depois se tornou numa coisa tão banal que até o Rato (um qualquer deles, não me lembro qual) já nem sequer soltava uns fios de baba. O que é dizer muito. Claro que mesmo algo do calibre de uns seios, se perder um pouco do seu redondo encanto, dá logo lugar ao futebol. É assim a lei da vida. O futebol prevalece.
E no futebol também havia personagens memoráveis. O Gordo ia sempre à baliza. Qual Gordo, perguntam vocês? Qualquer um. Quando o vosso filho chegar a casa e disser que a alcunha dele é Gordo então, meus amigos, o seu destino está traçado: Será guarda-redes. Depois havia um Maria Alice (Se fosse hoje dia, seria Nuno Gomes…) que cada vez que conseguia colocar a bola no fundo da rede (vulgo golo) recriava o seu feito de todos os ângulos possíveis e imaginários, em super slow motion. Os jogos com ele eram sempre algo de épico.
Dos professores lembro-me pouco. Há, obviamente, uma professora que não me sai da cabeça. Era a professora de português. Era velha. E tinha uma certa apetência para passar as aulas a conversar sempre que acontecia fosse o que fosse na escola. Certo dia, antes de entrar, viu o Bocas e a Miss Piggy a “comerem-se à força toda” (termo científico utilizado pelo Gordo). A aula foi toda sobre isso. Que se lixe o Miguel Torga. Eles não se podem comer à força toda. Ah, e depois claro, sempre que via alguém a saltar do muro (que tinha seguramente mais de dois metros) contava sempre a história da rapariga que tinha saltado e se rasgou toda. Pelo meio. A partir da vagina. O mais curioso desta história, para além do seu carácter de mito urbano, é que a professora sempre que dizia “vagina” nasalava a voz e falava de modo quase imperceptível.
Foi a única professora que ousou mandar-me para a rua. Sacrista da velha. Já deve ter morrido, que Deus a tenha. Mas Deus que não ande a saltar muros senão depois tem de ouvir a história (nasalar voz) da “vagina”. Então não é que me mandou para a rua só porque atirei uma caneta ao Camões? Certamente não tenho culpa de ele, alem de ter usado uma pala no olho uns anos antes, não trazer o material adequado para uma sala de aula. Arma-se aqui o jovem em bom samaritano e depois tive de passar o resto da hora a jogar futebol sozinho. O que é altamente anti-pedagógico
Não sei porque é que dei por mim a pensar no meu sétimo ano, o pior (em termos de resultados) da minha vida escolar, mas dos mais ricos em vivências extracurriculares. Por exemplo, só no sétimo ano é que é possível ter três gajos com a alcunha de “Rato” na turma. Curiosamente, na parte feminina eram mais porcas. Não de alcunha, que as raparigas eram tratadas pelo nome, mas eram badalhocas mesmo. Daquelas que iam para a cave da escola mostrar os seios e cenas assim. E havia muito seio para mostrar, já no sétimo ano. Claro que a qualidade não é uma questão premente para um jovem dessa idade. Quando se dizia: “A Maria Francisca (nome fictício) mostrou-me as mamas!”, a resposta não era “E eram boas?”. Não. Isso da qualidade era pouco relevante. Eram seios? Se a resposta fosse positiva então éramos heróis por uns breves instantes. Claro que depois se tornou numa coisa tão banal que até o Rato (um qualquer deles, não me lembro qual) já nem sequer soltava uns fios de baba. O que é dizer muito. Claro que mesmo algo do calibre de uns seios, se perder um pouco do seu redondo encanto, dá logo lugar ao futebol. É assim a lei da vida. O futebol prevalece.
E no futebol também havia personagens memoráveis. O Gordo ia sempre à baliza. Qual Gordo, perguntam vocês? Qualquer um. Quando o vosso filho chegar a casa e disser que a alcunha dele é Gordo então, meus amigos, o seu destino está traçado: Será guarda-redes. Depois havia um Maria Alice (Se fosse hoje dia, seria Nuno Gomes…) que cada vez que conseguia colocar a bola no fundo da rede (vulgo golo) recriava o seu feito de todos os ângulos possíveis e imaginários, em super slow motion. Os jogos com ele eram sempre algo de épico.
Dos professores lembro-me pouco. Há, obviamente, uma professora que não me sai da cabeça. Era a professora de português. Era velha. E tinha uma certa apetência para passar as aulas a conversar sempre que acontecia fosse o que fosse na escola. Certo dia, antes de entrar, viu o Bocas e a Miss Piggy a “comerem-se à força toda” (termo científico utilizado pelo Gordo). A aula foi toda sobre isso. Que se lixe o Miguel Torga. Eles não se podem comer à força toda. Ah, e depois claro, sempre que via alguém a saltar do muro (que tinha seguramente mais de dois metros) contava sempre a história da rapariga que tinha saltado e se rasgou toda. Pelo meio. A partir da vagina. O mais curioso desta história, para além do seu carácter de mito urbano, é que a professora sempre que dizia “vagina” nasalava a voz e falava de modo quase imperceptível.
Foi a única professora que ousou mandar-me para a rua. Sacrista da velha. Já deve ter morrido, que Deus a tenha. Mas Deus que não ande a saltar muros senão depois tem de ouvir a história (nasalar voz) da “vagina”. Então não é que me mandou para a rua só porque atirei uma caneta ao Camões? Certamente não tenho culpa de ele, alem de ter usado uma pala no olho uns anos antes, não trazer o material adequado para uma sala de aula. Arma-se aqui o jovem em bom samaritano e depois tive de passar o resto da hora a jogar futebol sozinho. O que é altamente anti-pedagógico
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