segunda-feira, julho 10, 2006

Ah, a Bela Praia...

Nestes dias de maior calor a ida à praia torna-se obrigatória. Nem que seja porque a esposa manda. E o Sr. Jurista, abnegado como sempre, junta-se a nós em mais umas idas à praia. O que nós gostamos das praias da Linha. Numa destas idas a uma praia entre S. Pedro e Carcavelos, passámos uma tarde bem agradável.
O primeiro acontecimento digno de registo deu-se quando um jovem, munido da sua raquete maravilha, resolve, qual Pauleta do ténis de praia, ignorar por completo a bola e dar uma valente raquetada num pobre senhor que pretendia levar a sua farta barriga ao banho. O homem ficou com algum sangue na testa, mas isso não ia impedir que os jovens continuassem a jogar. Não. Nada disso. Eles estão ali para jogar, e é isso que vão fazer. Não vai ser um velhote ensaguentado que os irá parar. Até porque são amigos do Nadador Salvador. Só um pequeno aparte: porque é que os palhaços das praias tem amigos Nadadores Salvadores ainda mais palhaços que eles? É alguma lei de Murphy ou coisa que o valha? É assustador. Era de esperar que um gajo que é conhecido como o “Salva Vidas” ostentasse um pouco mais de bom senso. Aparentemente não. Bom, de qualquer forma, lá continuaram eles a jogar. Até aparecer um jovem de poupa levantada, andar gingão, qual Quaresma das areias. Ao passar pelo tenista maravilha dá-se a seguinte conversa:
- Bela raquete, deve ser da praça!
- Comprei-a ao teu pai!
- Ele é que deixou-a em tua casa, quando te enrabou!
E seguiu, com um ar vitorioso. Portanto, o jovem, ao que tudo indica, tem algum orgulho no acto sodomita do pai com o reles tenista. E mais, orgulha-se também do facto de o pai, para além de se ter satisfeito com o jovem, ter tido a decência de ter deixado a sua raquete para trás, num acto de benevolência. Nada como ver um filho orgulhar-se do pai.
Já na saída da praia, voltamos a encontrar o jovem da poupa, que tem a seguinte conversa com o amigo:
- A praia tá bué pausada!
- Ya!
- Dava pra dar granda bico!
- Bico, só se for um bico na testa!
Ora lá está. Para quê, meus amigos, perder tempo com livros ou outros veículos de cultura quando podemos assistir a diálogos desta qualidade? Isto sim, é serviço público. Eles é que não deviam descontar impostos por feitos excepcionais.
Aquela praia é jeitosa. Somando os dentes de todas as raparigas que estavam à nossa volta dentro de água, chegávamos (com alguma dificuldade, é certo) à dentição de um adulto.
Como eu gosto da praia.

3 comentários:

Sr. Jurista disse...

Nada como um belo dia de praia!

Anónimo disse...

praias dessas temos muitas...lol

Anónimo disse...

- A praia tá bué pausada!
- Ya!
- Dava pra dar granda bico!
- Bico, só se for um bico na testa!

Fiquei sem perceber a conversa dos dois rapazes...mas pronto eu um dia destes dou-me ao trabalho de comprar um dicionário Xunga-Português, que com certeza já existe...não?