Doutor, preciso de ajuda!

Não, não se preocupem, que aqui não é o site do programa da TVI, em que se pode remover um nariz ou meter mais um dedo do pé. Aqui fala-se de ombros, mais precisamente o meu, e sem recorrer a nenhum médico espanhol para lhe fazer nada.

Faz agora cerca de um mês, aconteceu-me algo que não desejo nem ao Cláudio Ramos: Uma luxação anterior no ombro esquerdo. Basicamente, para os mais leigos na matéria, como eu, desloquei o ombro, mais parecendo que tinha um queixo de sobra para o caso de me acontecer algo ao original. A dor era um bocado para o lado do insuportável, mas entre isto e saber que Ana Malhoa está de volta, venha o diabo e escolha. Resumindo e condensando, o que me aconteceu? fui agredido quando estava a salvar uma menina de 30 gatunos e mafiosos... Pronto, espetei-me nas escadas. Mas para os devidos efeitos legais, foi a primeira hipótese.

Acto contínuo, apesar do medo, ligou-se para o INEM e lá me vieram buscar, eu sempre com o ombro numa posição pouco ortodoxa.

Chegado ao hospital, veio a médica das urgências e com a calma toda do mundo, diz-me "Oh Shor Rui, agora vamos ter de meter isso no sítio, não é?", e eu "mas meter em que sentido? E anestesia?" Qual quê, isso aqui não é preciso, isto é à homem!

O pior foi quando estava literalmente deitado em cima de uma maca a conversar com a médica, ou digamos, ela a tentar mentalizar-me para o que iria suceder em seguida, quando entram pela sala trés médicos com ar de gorilas. E eu pensei: "das duas uma, ou pensam sodomizar-me à bruta ou é porque esta m... vai doer!" Calculei que não fosse a primeira, pois apesar de muitas contrariedades nos hospitais portugueses (aqueles que ainda não encerraram), penso que estão ali para ajudar, pesando igualmente o facto de ainda não existirem salas de sodomização. Foi mesmo a segunda, sendo que foi utilizado o método clinico de resolução de luxações: meter o ombro no sitio á bruta. Mas voltou ao lugar.

Resultado: 3 semanas de braço ao peito e realização de workshop intensivo de como utilizar uma braço direito, para as trivialidades da vida diária.

Há dias em que não se devia sair da cama...vá lá, pelo menos não antes das 11 da manhã.