Numa Cidade Perto De Si

O que há primeira vista parece ser um inocente folheto de entregas do IKEA, mais concretamente da transportadora MCR, depois de uma leitura mais atenta revela-se um maná de coisas interessantes. Depois de algumas horas no IKEA e de já ter inventado todas as maneiras e mais algumas para fazer o tempo passar (algumas delas envolvendo objectos extremamente cortantes e usos recreativos / potencialmente perigosos de caixas com peso superior a 20kg) decidi ler o tal folheto. Qual não é o meu espanto quando começo a ler as o nome das localidades e sua respectiva zona (afinal de contas, nunca se sabe se não virei a morar em Cinfães) quando vejo que um nome está mal escrito. Ora esta, disse eu, que é isso que eu digo quando estou espantado, os rapazes da tipografia enganaram-se. O problema é que os erros foram-se acumulando, dando azo a pérolas deste tipo:

Será que puseram suecos a escrever o folheto? Ou será que puseram portugueses a escrever o folheto enquanto olhavam para suecas? De qualquer das formas parece que uma instituição vinda do mais profundo dos infernos, perdão, uma instituição tão respeitável, era isso que queria escrever, deveria ter algo mais apresentável. O senhor dono do IKEA devia sair dos seus móveis construídos a ouro (sim, porque ele deve mesmo ter coisas do IKEA... Ele não é parvo) e ir à televisão dizer que os seus subordinados não sabem mais do que um miúdo de dez anos.
Acho muita piada aos cartazes que explicam porque razão o IKEA tem os preços mais baratos. Dão várias explicações, inteligentes e plausíveis. Resta agora acrescentar mais um painel que diga: “Porque temos os preços tão baixos? Porque contratamos analfabetos para fazer folhetos. É esta a razão!”
Também gosto muito daquele painel que diz que os designers do IKEA primeiro olham para a etiqueta do preço e só depois desenham o móvel. Proponho lhes um exercício: que tal olharem para um relógio assim com meia horinha e desenharem e conceberem um espaço onde se fique despachado na tal meia hora? Sei que parece de loucos, mas olhem que era capaz de pegar, porque, inacreditavelmente, as pessoas não gostam de passar horas numa superfície labiríntica com objectos com nomes de criaturas mitológicas do norte da Europa.
Mas eu digo-vos já que se houvesse uma moca de cozinha chamada Thor eu comprava já.