domingo, abril 22, 2007

Heróis Do Mar, Nobre Povo

Desde pequeno que ouvi dizer que há portugueses em todo o lado. Claro que, apesar da minha ingenuidade, pensei logo que era tanga. Tipo aquelas tangas do “se não comes a sopa vem um homem com um saco e leva-te para longe”. Só para que saibam, no outro dia, quando fui jantar a casa da minha mãe, não comi a sopa. E comi um doce antes do jantar. E, como vêem, estou aqui para contar a história.
Então lá achava que isso do português como um ser omnipresente seria, de facto, uma lenda do calibre do galo de Barcelos ou do bom futebol praticado pelo Benfica. Coisas dessas.
Até que li uma notícia que dizia que havia quatro portugueses a bordo do Titanic. Isso vem, e de que maneira, reforçar a tese que há portugueses em todo o lado. E não só, quase que aposto que os portugueses tiveram relacionados com o acidente. Os portugueses são impacientes, por natureza. Não me admirava nada que um deles se virasse para o Comandante e dissesse: “Oh chefe, vá ali pelos lados do Ártico, é que aqui pelo Atlântico está tudo entupido! Os icebergues? Naaaaa, quais icebergues? Vai por ali e Nova Iorque é logo ali!”. Claro que quando apareceram os primeiros icebergues o português não desistiu, “Então chefe? Ande lá com isso! Apertado? Onde? Naaaaa, passam dois, passa ali um camião! Vá, destroce, destroce! Maravilha!”. Claro que o embate foi inevitável, e o português logo se ofereceu para resolver o assunto: “Isso com uns agrafos e um bocado de fita-cola vai ao sito. Alguém tem aí uns palitos?” O Titanic acabou por ir ao fundo, e reza a lenda que a banda ficou a tocar até ao fim. Tenho um pressentimento que o português também teve a ver com isso: “Eu paguei o bilhete quero ouvir musica! O barco está a afundar-se? E então? Paguei, quero ouvir música! E depois são os portugueses que não querem trabalhar, malandros!”.
Não é de admirar, portanto, que haja um português em todos os maiores acidentes da história. Não ficaria também espantado se, quando a exploração espacial estiver no seu auge, encontrarem um português num planeta distante. “Eu ia ali a entrar no Marquês quando recebi uma chamada e tive de atender e quando dei por mim estava aqui! Já agora, quem é que foi campeão?”.
Está visto que nós, portugueses, como povo, somos como as baratas. Se houver uma guerra nuclear, o único sobrevivente será português: "Eu fui ali abaixo à cave da tasca buscar uma grade de mines e quando voltei estava tudo aniquilado. E o Dindi que me ia pagar uma rodada. Isto é coisa do gajo, o gajo para se descoser é do piorio."

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