Nesta gloriosa madrugada de domingo, por entre o nevoeiro e as inúmeras lombas e buracos na estrada, fui buscar um familiar que chegava a essa bela hora ao Aeroporto de Lisboa, nada mais nada menos que 6.30 da matina. Chiça que é cedo! Como suspeitava, e ao contrário de uma cidade, que se intitula de cidade que nunca dorme, em lisboa e arredores dorme-se e dorme-se bem. Não havia quase nenhuma alma acordada a não ser aqui o Sr. Jurista e o bébado que anda sempre no chiado a cantar o hino.
O aeroporto é um antro em que todas as expécies se encontram e onde tudo acontece. Não fiquei defraudado perante tal expectativa. Pensava eu que o Aeroporto era um lugar onde havia sempre movimento, pois praticamente minuto a minuto chegam e saem aviões para esse mundo fora. Partindo dessa permissa, chego á zona de chegadas e passa por mim a correr um anão aos gritos, e eu, mau...que isto está agitado. Entrei e esperando uma zona cosmopolita e movimentada como a zona de chegadas, deparo-me com o seguinte cenário: dos quatro cafés que existem, apenas um está aberto e pasme-se: tem bicha ou fila para os mais sensiveis. Típico Portugal, bem apanhado pelo Marketing do Aeroporto. No entanto, descobri um bonito estabelecimento que está aberto 24h por dia: nada mais nada menos que um restaurante "fashion" de sushi. Igualmente bem apanhado pelo marketing, é obvio que é necessário um restaurante de sushi no aeroporto. Ao lado tem um balcão de informações para os voos que chegam diariamente, 24h por dia a esta bonita cidade. Só tem um pequenino problema...os voos chegam, mas o balcão só funciona das 7 ás 22h. Pedimos desculpa pelo inconveniente. Se por acaso quiserem uma informação é chegarem ali ao Antunes dos táxis, que ele providencia, com a devido pagamento de taxa de bagagem.
Sento-me no café existente ao lado de um senhor de cor, ao meu lado esquerdo, muito simpatico. até ai tudo bem. Passado dois minutos, senta-se numa outra mesa do lado direito outro senhor de cor. até ai tudo bem. De repente e estando eu no meio dos dois, vira-se um para o outro e pergunta: "oh faz favor, vem buscar alguêm do voo que vem do Senegal?", ao que o outro responde que sim, e que está um bocado atrasado. Até que, após 30 segundos de total sossego com as moscas a pairarem...passam da conversa em português para uma conversa em dialecto senegalés, de género tribal e eu no meio. a conversa começou a ser algo do género:
-"irtu des fux hivoti?"
-" nade fez jut fireito"
Isto mais coisa menos coisa, durante ums minutos largos. É claro que será escusado dizer que o chocolate quente que pedi não veio quente mas frio. Mais uma vez o marketing do aeroporto no seu melhor, para o estrangeiro se ir habituando. Para acabar em beleza, vou ver ao quadro de chegadas dos voos e vejo que o voo tinha aterrado ás 7.03 "confirmado". vou dar um bocado corda aos sapatos e passado ums 10 minutos regresso. por acaso olho de novo para o quadro que refere que o voo tinha aterrado ás 7.08 "confirmado". Como dizia o outro, o dia até me estava a correr bem...
3 comentários:
Epa, confesso que a expressão "pessoa de cor" me faz confusão, tanta quanto "preto".
Curiosamente "branco" não me faz quase confusão... E no entanto, é do mesmo cariz do que "preto"...
Isto das raças e do racismo que nos rodeia acaba por infiltrar-se em nós...
É uma situação complicada, ao minimo deslize podem surgir acusações graves... Mas o Sr. Jurista é um perito no politicamente correcto, um mestre na arte do não ofensivo.
Por acaso tb não costumo utilizar esse tipo de expressões, até porque concordo que chamar branco ou preto é igualmente racista! Mas tb nem sempre quando são utilizadas são para emitir comentários racistas e este foi um desses casos, sendo que só o utilizei para enquadrar a história :)
Como nota final, e já agora de rodapé, o nosso obrigado, em nome do estáminé ao pedro duarte pelos comentários elogiosos ao nosso blog.
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