- Bom dia, desculpe, sabe me dizer onde é que ficam as finanças e os correios?
- (levantando-se lentamente) Epah... Isso agora... Isto tá tudo em obras...
- ...
- Então é assim, se não houvesse obras, virava aqui já à direita e depois ia...
- ...
- Mas não vale a pena porque tá em obras.
(a esta altura já havia uma bixa infernal atrás de mim)
- Ora bem, o melhor é subir tudo, voltar para baixo em direcção ao rio...
(eu aqui pensei que o homem tinha andado a beber logo pela manhã, não vi nenhum rio, nem fazia ideia de haver um rio. Efectivamente havia um rio.)
- Sim...
- Chegando ao rio, tá a ver a rotunda?
- Sim...
- Não vá por lá, volta para cima, e vira aí à direita, há de haver uma saída, depois sobe e é por ái,
- E se eu deixar o carro aqui ao pé e for a pé?
- Naaaaaaão, isso é muito longe, não faça isso. A pé? Nãaaaao, não, não merece a pena.
- Ok, obrigado
- É um prédio vermelho!
E parti. Lá encontrei o sítio. Devo dizer que era nem a 1 minuto a pé do local onde falei com o senhor. Pela conversa dele pensei que as finanças eram praí a 4km de distância. Era nas costas da estrada onde estávamos. Eu até compreendo. Andar com uma bebedeira das fortes não deve ser fácil, aquilo para ele parecem quilómetros. Nem me parece que ele alguma vez tinha ido às finanças. Depois, tive de atravessar umas obras, saltar uns fios e passar em cima de umas pedras, ladeadas de cimento fresco para chegar ao meu destino. Custou mas foi.
quarta-feira, setembro 06, 2006
Pelo Desconhecido
Numa destas semanas que passou tive que me descolar ao Cacém, essa bela localidade, para compromissos profissionais. Bom, sabendo que não fazia a minima ideia onde era o local de destino, parti à aventura a caminho do Cacém. Chegar ao Cacém foi fácil, demorou cerca de 10 minutos. Mas, depois de atravessar o IC19 é que começaram a surgir os problemas. Aquilo parece um labirinto, com obras por todos os lados. Há mais pessoas de coletes amarelos do que transeuntes ocasionais. É assustador. Lá andei às voltas, por uma imensidão de ruas de sentido único, sem fazer a mínima ideia de onde andava. O tempo continuava a passar, e eu já a ver a minha vida a andar para trás. Aí, não tive outra escolha senão recorrer ao temível pedir de direcções. Numa das tais ruas a subir, parei junto a uma casa em ruinas, onde estava um senhor, na casa dos 60, de boina, camisola preta e calças de ganga sujas, vendo a vida passar. A conversa foi mais ou menos a seguinte:
Fruto da mente distorcida do Sr. Bastonário às 11:55
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